Quando o amor acaba...

quinta-feira, março 28, 2019 Flores do amanhã 0 Comments

Créditos da foto para o Tumblr

Quando o amor acaba? O que você faz?

Lembra que no post anterior eu disse que voltaria para explicar o meu romance falho? Então, dessa vez não deixei ninguém na mão e realmente voltei.

Para melhor compreensão de todos os fatos, vou iniciar a história do começo. Lembrando que irei modificar os nomes das pessoas que aparecerão para não haver problemas, já que elas não sabem que suas vidas estão sendo expostas.

Em 2017, eu conheci um garoto. Era loiro, alto, usava óculos, olhos meio morto, super magrelo, um nerd, vamos chama-lo de Luís. E Deus sabe muito bem como meu coraçãozinho adora um nerd pra chamar de crush...Mas ele também era mais velho, - eu estava no 9 ano, com 14 anos, e ele estava no 3 ano do ensino médio, com 16 anos- e sendo assim há uma regra silenciosa na escola que define que garotos mais velhos nunca vão olhar para garotas mais novas.

Então, mantive meu crush só como um admirador secreto proibido. Ao passar do tempo acabei me interessando por um outro menino(João), dessa vez ele era da minha sala, mais novo que eu devido alguns meses, mas esse aí não teve nada além da coisa física. A gente ficou umas duas vezes e depois perdeu a graça e passamos a ser apenas bons amigos.

Depois de um mês eu descobri que João e Luís eram primos, e aparentemente bem próximos. João percebeu que eu estava de olho no Luís e então começou a falar sobre mim, dando aquele toque de amigo/primo.

Em Março, em uma sexta feira a noite de 2017, eu enviei solicitação no Facebook para Luís, e ele de imediato aceitou, então sem vergonha do jeito que sou - as vezes - mandei mensagem imediatamente e começamos a conversar, até que ele disse que precisaria sair para estudar.

Depois desse breve começo, a gente passou a conversar o final de semana inteiro. Quando chegou na segunda seria a primeira vez que nos falaríamos pessoalmente e me deu um nervoso, toda a sem vergonhice tinha ido embora, então eu entrei em pânico e fui embora.

Foi passando o tempo e aprendemos a conversar pessoalmente como pessoas civilizadas.

Em Abril deste mesmo ano saimos a sós pela primeira vez para assistir um filme, - Velozes e Furiosos 8 - e pela primeira vez, ficamos. Foi bem engraçadinho porque os dois estavam nervosos, não sabiamos por onde começar, ele não sabia se tinha permissão pra me beijar, e eu não sabia se ele sabia que podia me beijar.

Ficamos durante um mês e meio até que em Junho, ele oficialmente me pediu em namoro, um dia antes do dia dos namorados. As coisas foram acontecendo bem rápido a partir daí, no dia seguinte eu fui até a casa dele para conhecer seus pais, - que foi outro sufoco - ele veio até minha casa conhecer os meus, e as coisas foram se desenrolando como deveriam ser.
Passamos meses muito extremamente felizes onde tudo era novidade, cada dia era bom, cada momento era notável, não existia nada que nos fizesse brigar. Chegou Natal, passamos juntos, e consequentemente ano novo também.
Chegou 2018 e algumas coisas mudaram. Eu não o veria mais todas as manhãs de segunda a sexta me recebendo com um sorriso no rosto e um abraço caloroso de bom dia. De segunda a sexta nossos encontros passaram a ser unicamente aos domingos. E isso de certa forma já fez com que as coisas fossem perdendo o encanto.
Mantemos a felicidade do início mas também á transformando em saudade, ficávamos tão dependentes um do outro a cada dia que eu nem sabia que seria possível até viver na pele.

Em Junho de 2018 fizemos 1 ano de namoro, trocamos presentes e passamos o dia juntos como era de se esperar... até que um mês depois veio a primeira crise. Eu viajei para Patos - a cidade onde eu estava morando quando comecei a escrever neste blog - para passar apenas algumas semanas, mas meu tempo lá ficava bem limitado porque eu saia todos os dias, e ficava quase sem tempo para dar atenção a qualquer outra pessoa que não fossem minhas primas. Ele não gostou disso, disse que eu não o dava mais atenção, que minhas primas ficavam comigo 24h e que eu deveria reservar ao menos 1h para conversar com ele, que ele estava precisando de mim, e pelo contrário eu não parecia estar me importando com a distância, e tudo isso foi me cansando.

Brigamos durante todos os dias em que estive lá, e em todas essas discussões resultava em: ele me fazer sentir culpada, eu aceitar que era a culpada, eu chorar, ele pedir desculpas e dizer que isso mudaria.

É ai que vocês me perguntam: "mudou?"
Não, meus caros leitores, não mudou.

A cada dia a briga se tornava mais ofensiva e eu passei a ignora-lo, evitava responder suas mensagens, evitava responder suas ligações, cheguei até a desligar o wi-fi para que meu celular descansasse um pouco daquele surto. E eu pensei que ele iria entender o recado e parar de fazer. Mas isso também não aconteceu. Voltei para a minha cidade e as coisas foram de mal a pior, resolvemos então dar um fim nisso.

Essa foi a primeira vez. Esse término trouxe um problemão pra minha vida porque ele expôs tudo o que estava acontecendo para minha família inteira e eu passei a não ter um pingo de privacidade, eu chorava todos os dias pensando que esse sentimento ruim era por ter terminado o relacionamento, então pensei que a solução seria reatar.

Dois dias depois estávamos juntos de novo, e parecia que nada daquilo havia acontecido. Passamos mais alguns meses felizes, até que a segunda e última crise voltou.

Em Setembro minha tolerância estava limitadíssima, qualquer deslize dele já me fazia pensar duas vezes naquele relacionamento, e eu ficava cada vez mais sem vontade de vê-lo, sem vontade de beija-lo, eu passei a não conseguir retribuir nem mesmo o "eu te amo" que ele insistia em dizer em todos os momentos.

Mas foi quando um outro sujeito - que vocês conhecem bem- comecou a bater na porta do meu coração que eu percebi que aquilo ali já não tinha mais concerto nenhum. Mas, ele não deixava que eu terminasse.

Na primeira tentativa de terminar de verdade o namoro a gente foi para um evento de nerds que tem todo ano aqui na minha cidade - era a primeira vez que eu ia mas o dia foi tão horrível que eu nem aproveitei - então eu passei o dia inteiro distante, mal trocava uma palavra, mal olhava nos olhos dele como eu sempre fazia, eu estava quieta. E ele percebeu isso, mas tentava mudar, o que só me irritava mais.

Ele passou o tempo todo tentando me abraçar, querendo pegar na minha mão como que pra mostrar pras pessoas que, sim, estavamos juntos. E sim, eramos muito felizes. O que me irritou mais.

Depois de andar o dia inteiro só pra perder tempo e eu poder ir pra casa, decidi que era hora de ir, mas ainda era muito cedo, e ele iria querer que fôssemos pra casa dele, e eu obviamente não queria. Então, disse pra irmos no shopping comer. E fomos. Comemos, eu em silêncio, ele tentando esquecer o fato de que nosso namoro tava indo de mal a pior. E acabou que minha procrastinação nem deu certo e fomos pra casa dele.

Lá, deixei claro que não queria deitar na rede, não queria ver um filme, não queria fazer nada, somente ir pra casa. E ai veio o primeiro sinal. Ele me induziu a ficar na rede apenas "sentado", e começou a falar sobre como me amava, como não deixaria que nada de ruim acontecesse conosco e eu simplesmente fechei os olhos. Ele então começou a chorar, implorando que eu não o deixasse, dizendo que iria me fazer ama-lo de novo, que mudaria, que se tornaria uma pessoa melhor pra me fazer feliz de novo, enquanto dizia isso começou a me abraçar, mas de forma que não soltaria, de forma incomoda, de forma que me assustou.
Ele implorava para que eu dissesse algo, para que eu olhasse nos olhos dele e dissesse que o amava, e eu só conseguia tremer, eu via agressividade no ato de abraçar, então foi a primeira vez que tive medo de estar no mesmo lugar que ele sozinha.

Então me desvencilhei depois de um certo esforço, peguei o celular para pedir um Uber, e com a voz mais firme que consegui encontrar disse que iria embora.
Na semana seguinte, ele veio para minha casa, e o episódio se repetiu. O choro, o abraço, as mesmas promessas, tudo de novo.

E na semana depois desta quando eu fui - sem a menor vontade - para casa dele, passamos o dia assistindo aos últimos filmes de Harry Potter - que ele nunca tinha assistido e que havíamos prometido assistir aos oito juntos - até que quando acabou o último, ele quis deitar na rede para ficar agarradinhos como casais apaixonados que aquela altura claramente não éramos, e eu disse que não queria, ele contextou, começou a dizer que eu não o amava mais, que eu não o beijava mais, que eu não o abraçava mais, chegou a alegar que eu era lésbica apenas porque gostava de passar um tempo com minhas amigas e defendia o movimento LGBTQ+ com toda a minha vida, e de novo vieram as lágrimas, mas foi a última vez..

Ele me agarrou com uma força que até então eu nem sabia que ele teria, me pediu para ficar, me implorou para não terminar, me implorou para sorrir e voltar ao normal. Segurou os meus braços de forma agressiva para que eu não saísse do abraço, e então chorou, chorou muito, chorou como uma criança faminta. E ele sabia que eu estava prestes a terminar, e aquela seria sua "última" tentativa, então teria que tentar com todas as suas forças, literalmente. E ele mais do que ninguém sabia que minha fraqueza eram as emoções de outras pessoas, ele sabia que eu perdia a coragem quando alguém chorava na minha frente, e foi o que ele fez.

Depois de gritar para que me soltasse, ele o fez e eu mais uma vez disse que queria ir para casa, então ele pediu para que seu pai fosse me deixar por uma última vez.
E para vocês terem uma noção de como um universo é filha da puta...sempre que o pai dele ia nos deixar em algum lugar ele ligava o som do carro na rádio da mix, e sempre, sempre tocava "Perfect" do Ed Sheeran, e a gente ia o caminho inteiro cantando como um casal feliz, e dessa vez não foi diferente. Com o nosso namoro por um fio, ainda assim a mix tocou "nossa música", mas fomos calados e inquietos, sabendo que aquela seria a última vez que faríamos aquilo, e que aquela música nunca mais seria a mesma.

Chegando em casa coloquei tudo pra fora, ele não estava mais presente para tirar minha coragem, eu poderia falar qualquer coisa sem vê-lo chorar, sem que ele me interrompesse, eu estava livre. Disse como ele havia me assustado nos últimos dias, tentando me impedir de fazer isso ou aquilo, chorando sempre que podia para me desencorajar, falei o quanto eu estava desistindo a cada dia e o quanto eu me sentia um pouco mais morta por dentro, eu contei tudo, todas as coisas ruins, mas ao final também agradeci, porque ele não foi sempre agressivo, chorão e possessivo, houve um momento em que eu era feliz, houve um momento em que eu estava bem, que eu o amava de verdade, mas infelizmente não pude durar com isso pra sempre, e então tudo acabou, de vez.

Essa foi a minha maior história de amor, e a mais falha também. Mas, apesar de tudo, não deixo nenhum remorso ou amargura, eu guardo com carinho todos os momentos que vivemos, mas também não tenho intenção alguma de manter nenhum contato para não dar esperanças. Me sinto melhor solteira do que naqueles últimos meses de escuridão, mesmo estando carente ao ponto de se agarrar aos postes, eu ainda me sinto melhor do que naqueles último meses.

"Mas Kemmilly, ele não te procurou mais?" sim, meus caros leitores, ele me procurou.

Mais ou menos dois meses depois ele me mandou mensagem, a princípio querendo saber como eu estava, mas depois perguntou se eu estava melhor do que estivera a alguns meses atrás, e respondi com orgulho que sim, e eu realmente estava.

Hoje fazem quase seis meses desde o término, mas não sinto nenhum arrependimento, nem por tudo o que vivi, nem por ter acabado. Quando as coisas não tem mais concerto, a gente sabe, e sabemos também que o melhor é cortar o mal pela raiz, mesmo que aquilo vá fazer muito mal por um tempo, mesmo que você passe um bom tempo sem ouvir uma música, ou ver um filme porque vai lembrar aquela pessoa, mas você sabe também que uma hora ou outra, aquilo passa. E você vai conseguir ouvir aquela música e só sentir coisas boas, porque foi importante.

Então meus amores, essa minha história fracassada me ensinou apenas em não me entregar tão rápido e tão fácil para alguém, me ensinou a ser mais reservada, menos entregue de mãos beijadas, me ensinou a ser mais dura e resistente com as pessoas e com as situações, me ensinou a ser um pouco mais fria e fechada do que eu costumava ser, mas não carrego isso como uma coisa ruim, porque de certa forma, me ajuda a não me machucar tão facilmente como naquela época, impede que as pessoas me quebrem tão fácil, me impede de ser tão vulnerável.

Depois dessa história um pouco perturbadora, vou retornar no próximo post falando sobre algo mais leve e que se tornou meu novo vício, estou ansiosaa demais para escrever sobre e espero que vocês gostem! 💙

Até a próxima! 💙 XoXo 💋

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